O que eu não devia ter visto – Conto Erótico Parte 2
- Beatriz Montteh
- 10 de out.
- 4 min de leitura
Um arrepio percorreu minha espinha antes mesmo de meu cérebro processar a cena. Matheus estava lá, sua imponência física inegável — era um homem de estatura sólida e viril, que evocava imagens de dominância e prazer intenso. Um pensamento rápido e inapropriado cruzou minha mente: Estou com tesão? Que loucura.
"Raquel? O que você está fazendo aqui?" - escuto a voz de Matheus a me questionar.
A mulher que estava com ele afastou-se com um movimento fluido, desprendendo-se dele e dirigindo-se a mim. Era uma morena de cabelos longos que caíam como uma cortina de seda até a cintura.
Seus olhos, escuros e intensos, eram realçados por uma maquiagem que parecia uma extensão de sua aura enigmática. O batom levemente borrado em sua boca era a evidência silenciosa do que havia acontecido ali momentos antes de eu cruzar a porta.
Ela se aproximou com uma felina deliberada, cada passo um estudo em confiança."Oi," disse ela, sua voz era suave. "Por que você não entra?"
Meus olhos se arregalaram. Uma paralisia momentânea travou meus membros, mas não pude resistir quando sua mão, quente e firme, envolveu meu pulso e me puxou para dentro. A porta se fechou atrás de nós. O som da chave girando na fechadura ecoou no quarto, trancando-nos naquela bolha de intimidade forçada.
Quem era aquela mulher? Uma amiga do anfitrião? Eu não a reconhecia de nenhuma outra festa; ela era um elemento novo e perturbador.
Ela percorreu o quarto como se estivesse em uma passarela, acendendo os abajures sobre os criados-mudos. A luz suave e indireta criou uma penumbra dourada. Meia-luz.
Iluminação perfeita. Mas para que? Meus sentidos estavam em alerta máximo, captando cada detalhe enquanto eu ainda lutava contra o choque.
Ela voltou para mim, fechando a distância até que eu pudesse sentir o calor de seu corpo."Raquel, você?" perguntou, sussurrando.
Balanço a cabeça timidamente em sinal positivo.
Os seus dedos encontraram meus cabelos, acariciando-os com uma familiaridade desconcertante. Seu olhar percorreu cada centímetro do meu rosto, pairando com fixidez em meus lábios."O Matheus estava falando bastante de você," ela murmurou, o hálito quente contra minha pele. "Até há poucas horas atrás."
E então, sem pedir licença, ela me beijou.
Que loucura é essa? Um alarme interno disparou, ordenando que eu a empurrasse, que fugisse dali. Mas uma força, uma corrente elétrica que emanava dela, paralisou minha vontade.
Os seus lábios eram carnudos, macios e incrivelmente habilidosos, e uma parte de mim —uma parte adormecida e curiosa — quis ficar ali, afundar naquela sensação. Seu perfume, doce e amadeirado, envolveu-me enquanto nossos lábios se moviam em um ritmo quente e úmido.
Nunca tinha beijado uma mulher antes. Mas, em vez de repulsa, uma rendição inexplicável tomou conta de mim. Permiti que ela me conduzisse. Por alguns segundos, enquanto nossas bocas estavam entrelaçadas, Matheus simplesmente desapareceu da minha mente.
Sua mão deslizou para minha cintura, puxando-me com mais força contra seu corpo.
Eu permiti. Seus dedos quentes encontraram as alças do meu vestido, deslizando-as para baixo sobre meus ombros. Estava sem sutiã, e meus seios ficaram expostos ao ar frio do quarto.
Mesmo na penumbra, eu via seus olhos — grandes e de um azul profundo — fixos em mim. Seu olhar transbordava uma safadeza inteligente e uma libido avassaladora. Aquela mulher era fascinante, perigosamente magnética.
Ela então baixou os lábios, traçando um caminho de beijos pelo meu pescoço e colo, até encontrar seu alvo: meus seios. Uma de suas mãos apertou um dos meus peitos, que cabia de forma cheia em sua palma, enquanto sua boca encontrava meu mamilo.
Ela o sugou com vontade, mordiscando-o levemente, e a sensação foi tão intensa que minha cabeça se inclinou para trás contra minha vontade. Um gemido escapou de meus lábios — alto, um som de libertação pura. Era como se meu corpo tivesse ansiado por aquilo, por ser devorado com tanto prazer.
Foi então que outro toque me alertou — as mãos de Matheus nas minhas costas. Mas o que? O que ele está fazendo?
Seus dedos deslizaram pela minha pele, e o toque era estranhamente gostoso. Ele pegou meu cabelo e o puxou suavemente para o lado, expondo meu pescoço, e então encostou seu rosto ali. Seus lábios e a leve raspagem de seus dentes na minha nuca fizeram meu corpo estremecer todo. Que gostoso...
Senti a mulher se afastar. Matheus me virou para enfrentá-lo, e sua expressão havia mudado completamente. Era um olhar que eu nunca tinha visto nele antes: cru, carregado de desejo.
Ele puxou o resto do vestido para baixo, deixando-me apenas de calcinha diante dele. Antes de encontrar minha boca, ele se abaixou e lambeu meus mamilos, já firmes e sensíveis. Eu estava enlouquecendo naquele quarto, perdendo o controle a cada segundo.
Ele então me beijou na boca, um beijo possessivo. Nosso hálito misturava o gosto amargo da bebida, nossas respirações ofegantes ecoavam no silêncio, um testemunho da excitação pura que tomava conta de nós.
Naquele momento, a razão se dissolveu. Deu lugar ao prazer, à curiosidade, à rendição total. Nada mais importava.
(E continua...)




